INQUIETUDE, PRECIPITAÇÃO, DESESPERO...


“Quantos vêm a ser os dias do teu servo? Quando me farás justiça contra os que me perseguem? ”. Salmo 119.84.

Quantas vezes você já disse: “não aguento mais”? É evidente que essa indagação carrega mais desabafo do que a vontade de desistir de tudo. É apenas, se não se repetir muito, uma válvula de escape escondida em algum recôndito da nossa alma e que por vezes faz a gente evitar um monte de besteiras.  É, entre outros sentidos a prova de que a maioria de nós desconhece o poder da resistência. Somos dotados da capacidade de suportar muito mais do que imaginamos. Dizer: “não aguento mais” é um desperdício de palavras. Mas quando se diz: “quando me farás justiça” já é uma expressão impregnada da vontade que a justiça divina seja feita sobre os que de alguma forma nos fazem mal. Talvez tenha sido o que o salmista estava querendo dizer. Frente às perseguições sofridas ele se impacientou e queria ver a justiça divina sobre seus perseguidores. Há, sem dúvidas textos bíblicos que refletem imprecações como esta: 2 Reis 1.10, “desça fogo do céu e te consuma”; Neemias 4.5, “e não se risque diante de ti o seu pecado”; Salmo 55.15, “a morte os assalte, e vivos os engula a terra”; Salmo 58.6. “quebra-lhes os dentes da boca...”; Salmo 109.6, “Põe acima do meu inimigo um ímpio, e Satanás esteja à sua direita”; Atos 23.3, “Paulo disse: Deus te ferirá, parede branqueada”etc. Os diferentes dicionários concordam que imprecação é um desejo intenso que algo de ruim aconteça a alguém; praga, maldição, execração etc. É triste a constatação, mas é fácil ser percebido esse tipo de comportamento entre alguns cristãos. São comportamentos que contrapõem ao ensino do Senhor Jesus em Mateus 5.44, “amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem”.
Quando Tiago e João quiseram que fogo do céu consumisse os samaritanos (Lucas 9. 51-56) Jesus respondeu com uma declaração que parece esquecida por muitos crentes: “O Filho do homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las”.
Queria muito poder conversar com Davi só para perguntar: Por que tanto desejo de vingança? E fazer lembrado as palavras de Jesus na crucificação: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”. Lucas 23.34.
A inquietude era tamanha no coração do salmista que ele queria a todo custo ver a justiça de Deus aplacada contra seus perseguidores. Nota-se como aos poucos a inquietude vai roubando a alma e a calma do homem segundo o coração de Deus e a sua serenidade se precipita em vingança.
Aprendo com isso que devo empenhar esforços para evitar essas reações, devo depender da graça divina para suportar a dor e permanecer confiante nas perseguições e rejeições encontradas na estrada chamada vida
Amado Senhor, eu oro por aqueles que estão sendo perseguidos para que eles não se precipitem em ódio nem rancor. Que a dádiva do perdão seja a quietude da alma e nunca se esqueçam que o Senhor é Bom!
Josenilton Pinheiro.

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